O estudo da produtividade envolve problemas conceituais, problemas de medida e problemas de análise e interpretação. Do ponto de vista conceitual, é aparentemente muito simples fornecer uma definição de produtividade. As dificuldades irão se avolumando, porém, à medida que se tente dar um sentido mais preciso aos elementos contidos em tal definição. Prosseguindo, surgirão obstáculos à geração de modelos que captem as várias dimensões da produtividade e seu relacionamento com outras variáveis de interesse. Tais modelos acabam por exigir dados não disponíveis ou difíceis (caros) de serem obtidos, ou disponíveis com precisão e qualidade muito precárias (Moreira, 1994). Na construção civil, na década de 90, tem surgido um esforço na melhoria dos processos, com maior busca de e utilização de dados sobre produtividade.
Em princípio, a produtividade liga-se à eficácia de um sistema produtivo, entendendo-se por eficácia a melhor ou pior utilização de recursos produtivos. Cabe destacar a afirmação "emeppio" porque nem toda medida de prpode ser utilide ser utilizada como umzada como um indicador de eficácia. Dentro da ótica da eficácia, uma série de insumos, principalmente mão-de-obra, capital, materiais e energia, são combinados dentro de um quadro tecnológico e administrativo para fornecer produtos e ou serviços adquiridos por consumidores. Medir a produtividade significa comparar a produção real com insumos reais. O qualificativo "real" envolve, por excelência, quantidades medidas em unidades físicas e, por sua vez, o quadro tecnológico refere-se ao grau de tecnologia incorporado ao capital físico e ao grau de qualidade (conhecimento e educação) incorporado ao capital humano, ou seja, o contigente empregado na produção. Quanto ao quadro administrativo, refere-se às formas de se organizar o trabalho e controlar a produção, envolvendo tanto as técnicas como as habilidades gerenciais.
Por sua associação à eficácia de um sistema produtivo, a produtividade presta-se, grosso modo, a dois tipos de comparação. De um lado, pode-se comparar diferentes sistemas produtivos em um dado instante de tempo e, de outro, pode-se analisar a dinâmica evolutiva de um dado sistema ao longo do tempo, construindo-se séries temporais de produtividade. Os dois tipos de estudos são abundantes na literatura da produtividade em geral, e também na construção civil. De qualquer maneira, é bom que se diga que quaisquer medidas isoladas da produtividade, fora de um quadro comparativo, praticamente nada tem a dizer. A produtividade de uma empresa ou de uma nação só tem sentido se for referida à produtividade de outra empresa ou nação ou, ainda, se for analisada dentro de um quadro de evolução ao longo do tempo, e com os contornos (contexto) bem definidos.
Como pode se observar nos quadros 2.1, 2.2 e 2.3 do próximo capítulo, na construção civil existem também estudos e referencias quanto a produtividade em países, em sistemas tecnológicos e em serviços particulares. Apesar destes valores servirem de referências, é importante ter presente a variabilidade e a dificuldade de completa comparação, sem dados do contexto (intensidade de uso de equipamentos, condições da mão-de-obra, condições de execução dos serviços). Comparar a produtividade em um sistema industrializado, com materiais processados fora do canteiro de obras de um país, com a execução de uma residência com processos não industrializados em outro país não apresenta grande utilidade.
Outras situações presentes na construção civil são (Koskela, 1992):
No entanto, quando as medições são usados internamente, por uma empresa que coleta dados de forma padronizada e tem projetos semelhantes, as informações se tornam úteis. Além disso, o uso dos dados deve ser focalizado para taxas de melhoria, em vez de valores absolutos, tais como:
Esta abordagem é a utilizada no presente trabalho: apresenta-se uma forma padronizada de obtenção de dados em obras, e uma metodologia para utilização das informações coletadas de forma a serem utilizadas em processos de melhoria da produtividade. A maior utilidade da metodologia portanto, é o seu emprego por construtoras, órgãos ou empresas executoras de serviços específicos, que buscam ao longo de sua experiência e dados uma maior eficácia na utilização de seus recursos. No próximo capítulo se apresenta uma abordagem específica sobre o entendimento dos índices de produtividade a serem considerados ao longo deste manual.